quinta-feira, 14 de março de 2013

Crônica

Não entendia tamanha fraqueza. Seu corpo nunca reagira daquele jeito. Sentia dores que subiam dos pés até a parte de trás do joelho, em convulsões de pequenos movimentos musculares. Os braços endurecidos como se tivessem entorpecidos pelo efeito do mais letal veneno. Parecia que não tinha mais tato, os dedos tocavam, mas não sentiam. A pele dos dedos estava áspera e gasta. Que doença poderia fazer isto? Que mal causaria tamanho suplício? Parecia que tinha músculos nunca antes desbravados, sentia partes do corpo desconhecidas e, porque não, adormecidas. A garganta seca, as pernas trêmulas, os olhos semi-cerrados. Os pés, como se tivessem sido esmagados. Um estranho pó branco manchava diversas partes do corpo. O suor escorria aos litros.

E no último minuto, um grito de suplica corre a sua alma:

- Sobrevivi, por Deus, sobrevivi ao primeiro treino no murinho de escalada!


Bons ventos!

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