A Pedra Bonita faz jus ao nome. Escalar com o visual do Litoral Carioca e da
Gávea não é para qualquer montanha.
Visual da base da via
Meio que de surpresa eu, meu padrinho de pedra e de casamento Dime e meu
primo Gustavo, que está começando sua vida vertical, fomos encarar a
Lionel Terray - 3º IV E2 D2 (A1 VIIc) - 180 m, via que, como disse meu amigo Guilherme,
tem uma carinha de alta montanha. Ela tem diedros, aderências, artificiais e
caminhadas no meio da montanha, sendo um clássico do Rio.
Pegamos a trilha que sai da rampa de voo livre e caminhamos até a beirada de
um caminho de água. Eu estou acostumado a sempre ir de sandália para todas as
vias, mas como esta caminhada é mais longa, peguei um tênis velho.
Resultado: Vaca! As pedras do lado do riacho são bem escorregadias, mas o tombo
só rendeu risadas até a base. "Agora que já vaquei, posso ir tranquilo que
na via não vaco mais!!!".
Foi bacana que no caminho encontramos um membro de um grupo que estava na
frente ajudando um senhor que estava perdido e passou a noite na mata. Muito
bom ver a solidariedade que geralmente é marca da galera da escalada.
Continuamos caminhando, encontramos um membro do grupo quase no trepa-pedra.
Avisamos que encontramos o rapaz retornando até a rampa e começamos a subir.
Como eles eram cinco, decidiram que ia subir em uma corada de 3 e o outro
membro esperaria o rapaz (desculpem, não lembro os nomes) voltar. A
trilha a partir daí é um trepa-mato bem íngreme até a base. Chegamos lá e
esperamos o outro grupo entrar na via enquanto descansávamos. Os dois que
ficaram para trás chegaram e cedemos a vez, afinal eles chegaram antes.
E então começa a via. Estávamos pesados, mesmo levando só o essencial: kit
guia feliz + móveis + estribos + bastante água. O peso dá uma dificultada, mas
o primeiro diedro é bem tranquilo e bacana. Guiei até a primeira parada e puxei
os outros dois.
Vista da P1
Fizemos a caminhada para esquerda e guiei até a árvore, um lance antes
da P2. Até aí tudo tranquilo, mas o artificial estava chegando. A idéia era
guiar até a parada dupla logo antes dos artificiais e dali o Dime assumia, mas
o cansaço + o cagaço pegaram.
Logo depois da primeira caminhada, com o Imperador tímido
Mais um lance de escalada, agora puxa a galera!
Gustavo chegando na cam... parada
Dime também
Platô, doce platô!
Logo antes da parada, os friends estavam dando uma
mão amiga. Eu fui pegar uma costura e perdi o pé, achei que tinha encaixado a
costura no rack mas... fiuuuuuuuuuuuu, caiu! Ficou presa em uma árvore. Esta
parte eu tinha que ter filmado, pois o Dime efetuou uma verdadeira pescaria e
salvou a costurinha!!! Puxei o Gustavo e o Dime até ali. E o Imperador só
olhando. Nesta hora vi uma cordada vindo lá embaixo na trilha.
Não estamos acostumados a fazer artificial, mas utilizando fé, grampo,
fitas laçadoras, muita força de vontade e passadas na aderência (se o seu
psicológico é fraco, Dime, o meu apanha de café forte! rs) passamos os
lances, não sem atrasar o Renatão que vinha acompanhado do Claudionor Cavalcante e rapidinho
alcançou a gente. Deixei eles de castigo no platô pela nossa demora! rs.
Dime batendo papo com o Imperador!!!
Gustavo no penúltimo esticão e o sol rachando!!!
E acaba a bateria da câmera. A partir de agora, fotos do celular!!!
Imperador espiando!
Daí pra frente foi mais tranquilo! (Para mim, afinal o Dime que estava guiando! rs). Mais uma caminhada, escaladinha e no
final um lance de aderência. Seg de corpo para lembrar os velhos tempos. No final, um visual irado.
Valeu a pena o sol, (que nos pegou no meio da parede por volta das 11:00h) o
suor, a adrena. Escalar uma via como essa com amigos numa vibe muito boa e
muitas risadas não tem preço.
Bons ventos!
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